“Este é um livro de um acadêmico que reúne as crônicas e artigos publicados semanalmente no Jornal da Cidade, em Aracaju, nos anos de 2018 e 2019, acerca de suas experiências pessoais e profissionais em educação internacional. O autor relata como aprendeu a aproveitar as oportunidades de mudança que a vida lhe trouxe. Esses momentos oportunos o ajudaram a entender a vida em outra perspectiva. Também permitiram que ele direcionasse energia para apresentar visões perspicazes sobre as experiências que teve enquanto trabalhava em diferentes projetos no Brasil e no exterior. De muitas maneiras, o livro de Matheus Batalha também é uma intervenção poderosa, já que uma obra literária deve ter como objetivo contribuir com pensamentos, conceitos e ideias para os leitores. As crônicas publicadas neste livro ilustram para seus leitores algumas das transformações que ocorreram em sua vida, bem como os ajudam a viajar por diferentes países e instituições de ensino mundo afora. É assim que esse livro é poderoso e pessoal.”
Apesar de a sinopse do livro estar descrita acima, farei uma breve explicação sobre o que exatamente se trata. No livro estão compilados artigos escritos por Matheus para o jornal em sua coluna semanal, cada um tocando de alguma forma a educação, tema que une a todos. Cada um deles possui, também, sua versão traduzida para o inglês pelo próprio autor, que é doutor e professor de psicologia e vivenciou várias experiências nacionais e internacionais no campo da educação. Experiências essas que são contadas no decorrer do livro de forma leve e descontraída.
Em seus artigos o autor consegue unir magistralmente anedotas sobre a sua vida com dados e vivências sobre a educação, de forma perfeitamente fluida, de maneira que mal se percebe quando se sai de um e se passa ao outro. Ao final de cada artigo sempre há uma breve reflexão sobre o assunto que foi falado no decorrer do texto, nos deixando – ao menos a mim – com uma sensação de contemplação.
Na verdade, se eu fosse descrever o livro e, consequentemente os artigos, a palavra que eu usaria é precisamente essa: fluidez. A leitura simplesmente – correndo o risco de soar repetitiva – flui. Não se sente o tempo passar nem o transitar entre os temas – educação e a história que começou a ser contada. Quando o leitor se dá conta o artigo já terminou e tudo foi perfeitamente amarrado.
Essa é uma leitura que, além de nos ensinar muito por trazer dados, estatísticas e fatos possui um grau de leveza estarrecedor, justamente por conseguir fazer com que algo denso se torne leve. Tão leve que li o livro em um dia. Mergulhei na leitura e, quando dei por mim, já havia acabado.
Além de tudo isso, como bônus ainda temos o fato de que o autor é sergipano, e ter algo feito com tanta maestria por um “de nós” gera orgulho. Estamos acostumados a receber e consumir literatura e entretenimento em geral vindo do exterior, mais precisamente dos Estados Unidos, e, por mais que o produto desse consumo seja, por vezes, ótimo, é extremamente realizador ver obras como essas sendo produzidas localmente.
Ainda, a capa do livro é belíssima, assim como a edição como um todo. A ilustração da capa também foi feita por uma artista local, Elisângela Queiróz, o que abrilhanta ainda mais a obra.
Por fim, deixo aqui a minha recomendação para que comprem e leiam o livro, que está primoroso.
P.S: Sou um pouco suspeita para falar porque tanto o autor como a ilustradora são meus amigos, mas juro que isso não influenciou em nada a minha opinião.
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